Faz mais de um mês que
não escrevo. Senti que ainda não estava preparada para encarar as teclas do meu
computador, sabendo que me diriam muito mais do que gostaria de ouvir.
Grande parte do meu
tempo foram vividos em um modo quase automático. A rotina pesa, e a noite não
nos permite dormir. Assim vivo procrastinando minha busca interior.
Existe algo dentro de
nós guiando sempre o que devemos fazer, consciente e inconscientemente. Muitas
vezes queremos algo do qual não temos coragem de ter, e acabamos por voltar
atrás para o que já conhecemos. O confortável. Mesmo sabendo que não é o caminho
guiado. Não sabemos até que ponto somos fortes. Até sermos obrigados a ser de
verdade. De certa forma, por isso, sentimo-nos na obrigação de lidar com essa
escolha, e não mais desfazê-la.
Revejo as últimas
semanas em minha memória, e pelo que percebo, não há nada diferente de antes.
Sempre foi assim e, me deixei levar. Agora,
no escuro do meu quarto, o reflexo do que deveria ser a realidade me mostra o
quanto estou errada em permanecer numa escolha que não é minha. E que nunca me
pertenceu.